Use com moderação
Martin Szmick
A simbologia e o impacto visual do vermelho levam muitos arquitetos a abusar da cor como conceito em mostras de decoração e, quando é do desejo do cliente, aplicá-la em projetos residenciais. Mas, assim como no vestuário, nada em excesso cai bem. O tom vibrante deve ser usado na medida certa para que chame a atenção sem perturbar os sentidos de quem está no ambiente.
A arquiteta Jóia Bergamo declara o gosto pelo vermelho, principalmente por significar prosperidade e exercer a função de “esquentar” o espaço. Contudo, coloca algumas restrições. “Sempre uso no social, para dar um toque diferente e sofisticado. Já no quarto e banheiro não gosto de usar, a não ser no lavabo, onde as pessoas não ficam muito tempo”, comenta.
O arquiteto Fabrício Forg também prefere o vermelho nas áreas sociais, em que as atividades não requerem muita concentração e as pessoas não ficam olhando para a cor por muito tempo. “Para quartos e banheiros, é melhor utilizar em detalhesdecorativos menores”.
Quanto à harmonização da cor com outras igualmente vibrantes como o amarelo, Bergamo é taxativa: “Nunca, só uso o vermelho quando o ambiente é monocromático para o branco, cru ou preto”. Um exemplo disso está na sala de estar acima assinada pela arquiteta que contrapôs a monotonia do ambiente com um sofá vermelho. “O vermelho nunca deve ser puro, deve puxar para o cereja ou tomate e ser usado com muito discernimento e cuidado”, acrescenta.
Embora considere que é mais fácil combinar o vermelho com cores neutras, Forg admite mesclas cromáticas. “Outras cores podem sim conviver bem com o vermelho, como o azul e o amarelo, tendo cuidado com os tons, é claro. O problema é que acertar esses pontos nem sempre é uma tarefa tão fácil, por isso aconselho para decorações mais vibrantes a consultoria de um especialista em cor”, recomenda.
Vermelho na sala, cozinha e biblioteca
Simone Goltcher Arquitetura
A arquiteta Simone Goltcher adotou a mesma linha de Bergamo, inserindo a cor em um ambiente neutro. Pinceladas de vermelho são dadas com almofadas e objetos de decoração.
A união de vermelho e branco foi a aposta da arquiteta Adriana Fontana para acozinha do apartamento na imagem acima. O piso com listras de pastilhas vermelhas alongou o espaço e combinou com as portas vermelhas do armário.
Fabrício Forg diz que a cor pode fazer parte de uma decoração temática, logo o uso do vermelho deve acompanhar elementos da mesma linguagem, como temas chineses e étnicos, caso do projeto ilustrado na imagem acima. A biblioteca de uma residência decorada por Forg foi inspirada no continente africano, em que as pitadas de vermelho ornam com as estampas de animais.
Fonte: BBEL