Governo tem implementado medidas que evitam o risco inflacionário.

Entre os anos 2007 e 2011, o estoque total de operações de crédito no Brasil cresceu a uma taxa anual nominal de 16%. Como proporção ao PIB, o saldo de operações de crédito saiu de 35% para 46% entre 2007 e os primeiros meses de 2011. As informações constam do relatório bimestral “Economia Brasileira em Perspectiva – Março/Abril”, divulgado pelo Ministério da Fazenda.

Segundo a publicação, o crescimento do crédito no País encontra-se em patamares compatíveis com o nível de desenvolvimento econômico e num percentual reduzido na comparação com o mercado internacional. Conforme dados do Banco Mundial de 2009, nos Estados Unidos o crédito total na proporção do PIB é de 202,9%, na China de 127,3%, e nos países da Zona do Euro, 133%.

O relatório do Ministério da Fazenda aponta que o aumento do crédito total é reflexo do recente crescimento da renda real, do processo de formalização do mercado de trabalho, com 15 milhões de empregos criados nos últimos oito anos, e da expansão de diversos instrumentos de política social e de distribuição de renda.

A dinâmica de endividamento no Brasil, que permanece sob controle, também contribui para o fortalecimento do mercado de crédito. Segundo a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o estoque de dívidas no Brasil representa 35% da renda do trabalho, nível muito inferior ao registrado nos Estados Unidos (180%) e nos países do G7 (80%).

Por outro lado, o comprometimento da renda familiar, isto é, o gasto médio mensal com pagamentos da dívida, encontra-se em patamares aceitáveis. De 2007 a 2011, as famílias têm comprometido, em média, 11% e 9,5% dos seus ingressos para pagamento de juros e principal, respectivamente.

Outro ponto que favorece o crescimento do crédito em ritmo sustentável é a liquidez e solvência do sistema financeiro. De acordo com o Banco Central, o índice de imobilização de capital dos 50 bancos estava em apenas 25% no final de 2010 (de um máximo de 50%). Isso significa que as instituições bancárias possuem capital suficiente à pronta disposição, afastando um risco de descompasso entre ativos e passivos de curto prazo. 

Da mesma forma, o índice de adequação de capital, isto é, o quanto um banco deve reter em capital em proporção aos ativos, encontra-se em 17%, patamar muito superior ao estabelecido pela Convenção internacional de Basiléia (8%) e ao requerido pela legislação interna (11%).

Conforme o documento da Fazenda, o dinamismo do crédito tem provado ser sustentável e tem o respaldo de uma regulação conservadora do sistema financeiro, capaz de mitigar os riscos de mercado. O reforço da regulação e supervisão da administração de risco no setor bancário, a partir da implementação das novas recomendações de Basiléia, também contribuem para o crescimento sustentável da oferta de crédito.

Nesse mesmo sentido, destacam-se as medidas macro prudenciais adotadas no final de 2010: 1) Circular do Banco Central nº 3.512 que dobra gradualmente, de 10% para 20%, a porcentagem mínima de pagamento mensal da fatura de cartão de crédito; 2) Circular nº 3.515 que aumenta o requerimento de capital para maioria das operações de crédito a pessoas físicas com prazos superiores a 24 meses. 

Na avaliação do Ministério da Fazenda, o crescimento tanto da economia quanto do crédito devem ocorrer a taxas menores no restante do ano. Mesmo assim, o governo tem implementado esforços no sentido de que esse crescimento econômico ocorra de forma sustentável e gradual ao longo do tempo. O objetivo, portanto, é manter e consolidar as mudanças estruturais por qual passa a economia brasileira e perpetuar o seu desenvolvimento e estabilidade financeira.

Fonte: http://www.fazenda.gov.br/

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