SÃO PAULO – Prorrogação da redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para materiais de construção se tornou um incentivo a mais para o consumidor que deseja reformar ou construir.
Durante a reunião do GAC (Grupo de Avanço da Competitividade), realizada na última quarta-feira (10), em Brasília, que contou com a participação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, representantes do setor de materiais de construção reinvindicaram redução do IPI para mais produtos.
De acordo com o presidente da Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção), Melvyn Fox, “essa redução permite que o consumidor possa usar o que economizou para realizar outras obras ou retoques no final da construção”, explica.
Segundo o presidente, foi enviada para o governo uma nova listagem de produtos que não foram incluídos na redução de IPI para que, agora, com mais um ano de vigência, eles possam ser beneficiados. “O ministro avisou que o pedido foi recebido e que eles vão avaliar. Pelo que foi percebido, esse anúncio pode ser dado ainda este mês. Estamos bem confiantes”, conta.
Setor também reivindica a entrada no Plano Brasil Maior, com a desoneração na folha de pagamento, porém, Fox explica que o governo ainda deve fazer um teste de um ano, antes de incluir outros setores. “Deve-se tomar cuidado nos cálculos, pois não podemos substituir um tributo por outro. Desde que se reduza a carga tributária e se tenha subsídio da união, a desoneração será vantajosa para o setor”, afirma.
Fiscalização
Na reunião também foi pedido, pelo setor de materiais de construção, que os produtos importados que não atendem as exigências de qualidade impostas pelo Brasil, que tenham classificação errada ou preço muito baixos tenham uma atenção especial do governo. “Quando esses produtos chegam ao atacado e varejo, eles são pulverizados e fica difícil de encontrá-los”, explica Fox.
Não só o mercado de materiais de construção, mas o consumidor também pode ser prejudicado com esses materiais. Fox explica que “não são todos os produtos importados que são ruins”, porém, “o consumidor deve ficar atento aos que possuem preços muito abaixo do praticado no mercado”, completa.
De acordo com o presidente, esse tipo de produto pode causar danos e até acidentes nas obras. Como exemplo, ele cita o disjuntor. “Se esse produto dá algum problema, o consumidor pode ter a casa incendiada”, alerta.
Para Fox, ouvir o profissional que vai executar a obra é muito importante. “Conversar com o lojista e principalmente com o profissional é essencial. Geralmente o profissional indica o produto, e também poderá orientar o consumidor”, aconselha.
Segundo o presidente, já foi encaminhada para o governo uma reivindicação de fiscalização para esses produtos. “A Polícia Federal e o Inmetro estão se estruturando para começar as fiscalizações nos portos, porém serão apenas para produtos com certificação compulsória. Ainda precisamos intensificar as fiscalizações para aqueles que não possuem essa certificação”, explica.
Fox ainda afirma que tais produtos praticam uma concorrência desleal, uma vez que o mercado brasileiro não tem como competir. “Eles trazem prejuízos diretos para o mercado. Já é difícil competir com os legais, pela falta de competitividade nacional, por conta dos tributos. Com os ilegais fica ainda mais complicado”, conta.
Fonte: http://www.infomoney.com.br/