Maior cidade do interior brasileiro, situada a menos de 100 quilômetros da capital paulista, Campinas é o centro de uma região metropolitana de infraestrutura diferenciada, composta por parques industriais, comerciais, tecnológicos, grandes pólos universitários e, dentre outros fatores, por uma malha de transporte primordial para o seu sucesso econômico e, como não dizer, imobiliário. Ali, o setor está aquecido e com grande demanda em todos os seus segmentos. Abaixo, breve entrevista com a diretora geral do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) em Campinas, Kelma Camargo.

1) A que atribui o sucesso do mercado imobiliário de Campinas, num momento em que o setor vivencia certa estabilidade na Capital, por exemplo?

A partir da década de 1950, Campinas passou a crescer e tornar-se sede de muitas empresas. Esse fenômeno, sem dúvida, desencadeou o progresso em todos os setores produtivos da região, inclusive o imobiliário.  Agora, não só na cidade, mas em toda a grande Região Metropolitana de Campinas (RMC), o segmento mostra seu vigor. Os condomínios, que atendem a praticamente todas as fatias de mercado, afloram nos arredores de Campinas e também em municípios como Americana, Paulínia, Piracicaba, Indaiatuba, Hortolândia, Sumaré e tantos outros que já engrossam a onda desse notável desenvolvimento. Outro fator importante para o nosso mercado é que moradores da própria RMC investem cada vez mais em imóveis locais. Eles percebem o potencial dessas localidades e apostam em áreas próximas de onde moram, embora estimativas revelam que cerca de 70% dos residentes não são da cidade. Essa migração começa nos polos universitários, onde quase 60% não são de Campinas e 70% desses que são de fora acabam ficando na cidade depois de concluírem os estudos.

2) Todo esse crescimento está favorecendo a valorização dos imóveis na região?

Sem dúvida, haja vista que o mercado imobiliário de Campinas, sozinho, movimenta cerca de R$ 2 milhões/ano. E as demais cidades da RMC movimentam praticamente o mesmo valor nesse período.  Em Campinas os imóveis passaram por uma grande valorização nos últimos três anos, praticamente dobraram de valor. Além disso, um estudo encomendado pelo Secovi-SP sobre o mercado local mostrou que nesse mesmo período Campinas viu nascer cerca de 20 mil novos apartamentos.  O mercado de usados, por sua vez, também está aquecido e a liquidez está aumentando.  Em relação à locação, o município de Campinas passou por um momento de muita procura no final de 2010 e início de 2011 por conta dos estudantes e das universidades. Então, a demanda favorece a subida dos preços do aluguel, mas tudo está em equilíbrio. Os imóveis das demais cidades da RMC também tiveram grande valorização, proporcionalmente a Campinas. Com esse crescimento, os municípios começam a formatar uma espécie da mancha urbana, semelhante ao que aconteceu no ABC Paulista e na região metropolitana da Capital, por exemplo.

3) A região de Campinas é famosa por seus condomínios horizontais.  Como vislumbra este mercado nos próximos anos?

Com muito otimismo, pois, como sempre, a demanda está sendo correspondida pela oferta. Os lançamentos de condomínios na RMC crescem a passos largos, o que também favorece o surgimento de projetos audaciosos e arrojados, conferindo cada vez mais qualidade de vida aos clientes em potencial. Outro destaque tem sido para os loteamentos, principalmente em cidades como Vinhedo, Jaguariúna e até mesmo Valinhos. O foco desses empreendimentos são as classes média e alta.

4) Na sua opinião, o que falta para garantir o crescimento sustentado do setor imobiliário em Campinas?

É óbvio que poderia listar inúmeros fatores, pois nada é perfeito, mas, ante a esse cenário, só há o que comemorar. Mas é prudente alertar para as demandas que recorrem e recorrerão ainda mais no segmento de administração de condomínios. Então, digo que precisaremos garantir a ética e lisura em todos os procedimentos dessa atividade.Também fica a expectativa da contínua e permanente preocupação com as boas regras de ocupação urbana, caminho para manter o sucesso das políticas de desenvolvimento imobiliário sustentado não só na RMC, mas em todas as cidades desse País.

Publicado por: André Ruoco

Fonte: Primeiramão Notícias

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