O Estado de São Paulo, o mais populoso e mais evoluído do País, deixou de ser a meta para moradia de expressiva parcela de brasileiros de outros Estados, de acordo com pesquisa divulgada na mídia, na semana passada, pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), com base nos resultados demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na década de 2000 a 2010, o crescimento anual da população paulista foi de apenas 1,1%, ficando pouco abaixo da média nacional de 1,2%. Para se ter uma idéia dessa queda, basta ressaltar que na década de 1950 a 1960, o crescimento anual do Estado era de 3,6% e que, de 1970 a 1980, o índice chegou a 3,5%. Naqueles períodos, São Paulo recebeu expressivo número de migrantes provenientes dos Estados do Nordeste e também de Minas, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Já de 1980 e 1991 houve queda para 2,1% por ano e, de 1991 a 2000, para 1,8%.
Segundo o levantamento da Fundação Seade, o Estado de São Paulo recebeu apenas 47.946 migrantes por ano na última década e atingiu o total de 41 milhões de habitantes em 2010.
Uma informação que salta aos olhos é a queda brusca do saldo migratório nos 39 municípios que compõem a região metropolitana de São Paulo, entre os quais a Capital, o ABC, Guarulhos e Osasco: houve mais gente deixando essa região do que o fluxo de quem decidiu adotá-la para moradia. O estudo em questão indica que a preferência dos migrantes pelas metrópoles agora se desloca para cidades médias, como Jundiaí, Limeira, São Carlos, Piracicaba, Araraquara, São José dos Campos, Franca, São José do Rio Preto e Ribeirão Preto, que têm uma economia dinâmica e ainda não enfrentam os problemas típicos das metrópoles, como o elevado custo de vida, as complicações do trânsito, as deficiências do transporte coletivo e o aumento da criminalidade. Por outro lado, conforme a AELO vem comentando nos últimos anos, o Interior paulista também conta com áreas favoráveis ao surgimento de novos loteamentos e bairros para todas as classes sociais, significando perspectivas de moradias de qualidade. Técnicos em demografia consultados pela mídia consideram que a redução da migração em São Paulo não é fato negativo, pois o crescimento rápido da população paulista e, em especial, dos municípios da Grande São Paulo vinha sendo considerado prejudicial à qualidade de vida.
Fonte: Aelo On Line