Se antes as empresas buscavam por profissionais cujas profissões condiziam com a área oferecida, hoje, as empresas se preocupam com o que o profissional tem a oferecer, como suas competências e como ele lidará com os desafios do dia a dia. Este foi um dos assuntos abordados na Revista Você S/A, publicada em setembro.
Na reportagem “O jovem perfeito já era”, a jornalista Vanessa Vieira destacou que “se antes a formação em carreiras tradicionais, como administração e engenharia, inglês avançado, vivência no exterior, experiência profissional e, em alguns casos, até pós-graduação eram exigências inegociáveis, agora algumas empresas estão mais flexíveis na seleção, abrindo mão desse perfil de ‘superjovem’. Há uma novíssima e diferente safra de trainees”.
Este é o caso das empresas L’Oréal Brasil, Magazine Luiza, Cia de Talentos, Johnson & Johnson, Unilever, da Souza Cruz, Oi, ALL, Natura e a Whirlpool, dona das marcas Brastemp e Consul. Conforme publicado na Revista Você S/A, essas empresas já adotaram novos pré-requisitos para as contratações.
Anteriormente solicitada por quase todas as empresas, a fluência em inglês já deixou de ser um pré-requisito no programa de trainees da L’Oréal, Unilever e Magazine Luiza. “Nós valorizamos a inteligência emocional, que é como o profissional encara os desafios do dia a dia. Queremos dar a oportunidade e, quando ele já estiver dentro, apoiaremos o aprendizado do idioma, se for o caso”, conta a gerente de recrutamento e seleção da L’Oréal, Juliana Bonomo.
Uma das empresas pioneiras nesse processo de mudança na seleção do perfil do trainee foi a Whirlpool. De acordo com a reportagem, a gerente geral de desenvolvimento organizacional da Whirlpool, Úrsula Angeli, afirmou que desde 2004, o programa da companhia, que a cada edição seleciona cerca de 20 candidatos, admite formados em qualquer área de graduação. “Para sermos inovadores, precisamos de diversidade, criatividade, jeitos diferentes de pensar”, destaca.
A diretora da Cia de Talentos, consultoria especializada em jovens, Carla Esteves avaliou que “não houve uma redução do nível de exigência, mas uma mudança de prioridades. Alguns pré-requisitos tiravam da disputa pessoas que tinham um perfil comportamental excelente”. Elisabeth Pelay, coordenadora de projetos da consultoria Across concordou e acrescentou que “os novos métodos permitem selecionar os candidatos que, de fato, se identificam com a cultura de cada empresa”.
Fonte: Você S/A