por Giana Ramos
Hoje vou escrever sobre algo que pode ser uma ferida na vida de qualquer idosa, tirar o tapetinho da entrada da porta. Para começar vamos falar de alguns dados: 50% da população com mais de 65 anos cai anualmente. E 60% vão cair de novo no próximo ano, 70% dessas quedas acontecem na própria residência do idoso, um lugar que “normalmente” ele já está acostumado, frequentemente nos banheiros, pois o piso costuma ser mais escorregadio. As quedas causam 30% dos óbitos no estado de São Paulo, a boa notícia é que ela pode ser evitada, basta informar, prevenir e aceitar as adaptações necessárias no lar da pessoa idosa.
Escorregar no banheiro, tropeçar no tapete, bater na quina, desequilibrar com o cachorro essas são situações comuns vivenciadas durante o dia a dia em casa. A questão é, o idoso já apresenta dificuldades de equilíbrio, coordenação, visão entre outros o que dificulta a reação do corpo na correção da postura bípede, em seguida vem o segundo problema, os ossos da maioria dos idosos são mais frágeis, tornando as fraturas frequentes. Falando nelas em 2006 o Brasil gastou R$70 milhões para tratar das fraturas decorrentes de quedas.
Pensando que a informação será a forma mais eficaz para combater esse mal, separei as principais medidas que devem ser feitas para garantir a segurança do idoso dentro de seu lar. Uma casa segura para idosos tem que ter:
– O quarto deve ter o interruptor próximo da cama, para que o idoso possa acender a luz sem precisar levantar-se. O criado-mudo fixo é muito melhor e com bordas arredondadas para evitar escoriações piores. A cama na altura adequada para a pessoa que dorme nela, ou seja, ela precisa conseguir colocar os pés no chão, mas não pode ser muito baixa para que fique fácil levantar, algo em torno de 45-50cm.
– Na sala vale a mesma dica que dei para a cama, o idoso deve conseguir apoiar os pés no chão sem dificuldades ao sentar-se no sofá. Nada de tapetes, fios e tacos soltos, cuidado com os brinquedos dos netos espalhados pela casa, pode se tornar uma armadilha, assim como os animais de estimação. A iluminação deve ser forte, a maçaneta da porta tipo alavanca facilitando sua abertura. Se as insistências pelos tapetes forem muito grandes, compre aqueles com adesivo que prenda-o no chão, tornando antiderrapante.
– O temido banheiro temos que tomar mais cuidado, instale barras de apoio no assento do vaso e dentro do box, um levantador de assento também é interessante, piso antiderrapante no ambiente inteiro, evite desníveis, eles são perigosos e por último interruptor perto da porta.
– A cozinha também tem suas armadilhas, deixe as coisas mais a mão evitando que a vozinha invente de subir em um banco para alcançar algo, vai por mim, ela vai tentar. As quinas dos moveis devem ser mais arredondadas, os armários têm que estar fixados nas paredes.
– As escadas de preferência devem conter aquelas fitas antiderrapantes pois os idosos vão perdendo o senso de profundidade por culpa da visão, corrimão dos dois lados que comece antes dos degraus. Os corredores não devem ter objetos espalhados, nem tapetes e muito bem iluminado.
– Antes de sair fazendo alterações na casa consulte um profissional, falo pela minha profissão, fisioterapeutas são especialistas em adequar ambientes para as necessidades do idoso, conseguimos enxergar o potencial perigo de um objeto ou lugar e altera-lo para manter a qualidade de vida da nossa terceira idade, por isso mande um e-mail para gianaramos@yahoo.com.br, posso te ajudar nessa tarefa.
Dra. Giana Ramos é graduada em fisioterapia (São Camilo – SP), Especialista em ortopedia e traumatologia (Santa Casa – SP), Especialista em Docência no ensino superior (SENAC – SP). Formação em Reeducação Postural Global e Auriculoterapia – (FENAFITO – SP). Professora do curso de formação de cuidadores de idosos (SENAC – SP), empresária do Centro de Atendimento Especializado (CAESP SAÚDE), gestora do programa de qualidade de vida na terceira idade da Vila Maria Zélia – Belenzinho – SP.
Fonte: Universo Jatobá