Venda de máquinas para construção terá queda de até 46,5% neste ano
As vendas de alguns equipamentos para a construção serão reduzidas, neste ano, a quase metade do total comercializado em 2014, segundo a Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração).
A linha de guindastes e gruas será a mais afetada. Os associados ouvidos pela entidade estimam que 3.549 equipamentos serão demandados em 2015. O volume é 46,5% inferior ao registrado no ano anterior.
Na linha amarela, que engloba escavadeiras e tratores, entre outras máquinas, o recuo deverá ficar próximo dos 36%. A projeção é vender cerca de 18,7 mil unidades.
A pesquisa não incluiu empresas vendedoras de caminhões, mas a estimativa é que o segmento acompanhe o da linha amarela.
“Neste começo de ano, os negócios demoraram para acontecer porque não havia movimentação do governo em relação a investimentos ou novas concessões”, diz o vice-presidente da associação, Mário Humberto Marques.
“Por isso, as empresas acabaram adiando seus investimentos. Agora, a expectativa é que, com as concessões, o mercado comece a se mover.”
Mesmo que haja uma maior demanda por equipamentos nos próximos meses, as fabricantes e locadoras não sentirão um impacto imediato. Metade da frota das construtoras e das companhias de infraestrutura estão paradas hoje.
* Projetos incertos
A rede paranaense de supermercados Condor estuda se dará continuidade a seu projeto de expansão, que previa 45 unidades em operação em 2016 -hoje são 40 abertas e três em construção.
“Não vamos interromper as obras que já começamos, mas as duas [lojas] que estavam programadas para o ano que vem são incertas”, diz o presidente e fundador da empresa, Pedro Zonta.
“Tudo vai depender do que acontecerá na economia daqui para frente.”
Os dois empreendimentos demandariam, juntos, cerca de R$ 80 milhões.
Além da desaceleração do varejo, o aumento do ICMS no Paraná tem deteriorado as vendas da rede, segundo o empresário.
“Dos produtos que comercializamos, 18 mil tiveram a alíquota reajustada.”
No primeiro quadrimestre deste ano, o lucro da companhia caiu pela metade na comparação com o mesmo período de 2014.
No ano passado, a rede faturou R$ 3,6 bilhões e cresceu 13%. A média em anos anteriores, era de 20%. “Em 2015, com certeza, não vamos repetir o resultado de 2014”, diz Zonta.
* Confiança do comerciante tem menor recuo desde setembro
A confiança do empresário do comércio caiu 0,2% em maio na comparação com abril, de acordo com pesquisa da Confederação Nacional do Comércio. Esse foi o menor recuo registrado desde setembro do ano passado.
A expectativa do comerciante, que registrou alta mensal de 1%, foi o subíndice que amenizou a retração.
“O resultado não significa que o indicador vá assumir uma trajetória ascendente. Talvez a situação tenha deixado de piorar”, diz Fabio Bentes, economista da entidade.
A previsão de uma inflação mais baixa nos próximos meses é um dos fatores que podem ter deixado o empresário menos pessimista, segundo Bentes. “A inflação menor faz sobrar espaço no orçamento para o consumo de bens.”
Os outros dois subíndices que compõem o indicador de confiança do comerciante tiveram baixas em maio. As condições atuais recuaram 3,4% e os investimentos, 2,9%.
* Lote à venda
Após passar um ano sem lançamentos, a Cemara, que atua com loteamentos no interior paulista, tem quatro projetos para 2015.
A expansão vai gerar cerca de R$ 65 milhões em investimentos em infraestrutura como instalação de água, saneamento, pavimentação e construção de áreas comuns para os moradores.
Serão três áreas residenciais e uma comercial, em Mirassol, Piracicaba, Várzea Paulista e Cedral, voltadas para pequenas empresas de bairro e habitação popular.
Em 2014, a empresa não teve novos empreendimentos por causa do atraso na aprovação de licenças. “Com a crise, nos tornamos mais seletivos na escolha do local e da cidade para conseguirmos a mesma liquidez”, diz Marcos Dei Santi, diretor da Cemara.
37 são os loteamentos entregues
450 mil m² é a área média dos lançamentos deste ano
com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS e ISADORA SPADONI