Por meio das diversas atividades culturais que instituições públicas e privadas realizam na cidade, como teatro, música e dança, um público específico vem participando de forma mais intensa do universo das artes.
Com a procura de uma vida saudável na fase mais madura e delicada da vida, idosos têm trabalhado constantemente em projetos culturais e sentem uma melhora significativa na vida social.
O teatro é uma dessas atividades que proporcionam um convívio maior entre os idosos, que nesta fase da vida lidam muito com a solidão.
A arte mostra que não é difícil retomar a vida social, oferecendo a oportunidade de despertar criatividade, superar limites, além de concentração, memória, autoconhecimento e trabalho em equipe.
O professor e diretor de teatro do Cristóvão Colombo, Flávio Coelho, trabalha com um grupo de idosos há 18 anos.
Ele afirmou que muitos chegaram tímidos.
“É a força de vontade deles que move o projeto. Muitas vezes, mesmo com a saúde fragilizada, eles se esforçam para vir. É prazeroso trabalhar com eles”, disse.
Atualmente o grupo é formado por quatro alunas, todas acima dos 65 anos.
No final do ano, duas esquetes estão programadas para serem encenadas.
Nanci Andreotti explicou como essa atividade se tornou essencial para a sua vida.
“Melhorou bastante o meu desempenho em grupo”, disse.
Luiza Ferreira da Silva relatou que os encontros são como uma terapia.
“Fazemos novas amizades e nos tornamos uma família. É muito gostoso poder deixar de ser você para interpretar um personagem”.
Já Eloisa Buratto enfatizou o quanto as técnicas desenvolvidas nas aulas são renovadoras para a memória.
“Faz muito bem para a nossa saúde. Comecei bem tímida, aos 50 anos. Com o teatro, consegui vencer essa timidez. É um antídoto para a tristeza”, disse.
Helena Pansiera disse que o teatro ajuda a desenvolver o domínio da voz e a memorização.
“O prazer é muito grande e a nossa autoconfiança fica lá em cima”, afirmou.
CORAL — Já diz o ditado popular que quem canta seus males espanta.
A atividade de canto afasta mesmo tudo o que é ruim e ajuda os idosos no desenvolvimento psicomotor, melhorando o processo de respiração, a postura, o equilíbrio, a agilidade dos reflexos e a coordenação motora, além de permitir uma aproximação maior entre as pessoas, favorecendo o contato social e a amizade.
Segundo Teresinha Zezzi, que participa há alguns anos do grupo de coral do Sesc, o encontro traz muitos benefícios à saúde e ao bem-estar. “É fantástico”, disse.
O casal Sidney e João Carlos Marcolini afirmou que a atividade proporcionou melhoras ao relacionamento.
“Nós estamos nos sentindo muito bem, comecei sozinha, e depois de um tempo consegui trazê-lo comigo, hoje ele até toca pra nós”, relatou Sidney.
De acordo com a regente Ivete Machado, é notável que para eles é um momento prazeroso de resgate das músicas vivenciaram.
“Tem gente que se emociona quando conta para mim o quanto lhe faz bem. Eles vem mesmo por causa desse ambiente gostoso”, afirmou.
“Meu sonho é que os idosos que se sentem sozinhos ou inválidos saibam que não podem parar. A depressão toma conta da autoestima. Por isso, queremos trabalhar a recordação, a memória, a criatividade, mas também mostrar que o tempo deles é hoje”, disse o coordenador do trabalho social com os idosos do Sesc, Adriano Antônio da Costa.
SERVIÇO — Os interessados em saber como participar dos grupos podem entrar em contato com o Sesc pelo telefone 3437-9292 ou no Clube Cristóvão Colombo, pelo telefone (19) 34214.8836.
Fonte: Jornal de Piracicaba