Não há dúvida que ainda há uma grande batalha a ser travada em favor da igualdade de gêneros dentro do mercado de trabalho. Uma pesquisa do IBGE mostra que em 2014 as mulheres receberam apenas 75% dos salários dos homens, desempenhando as mesmas funções e tendo as mesmas responsabilidades.
Isso, somado ao fato de que algumas empresas escolhem profissionais homens, que em tese não vão ter tanto comprometimento com a família e os filhos, cria um quadro de intensa desigualdade.
Essa disparidade piora quando o assunto são os cargos de liderança. De acordo com a pesquisa Women in Bussiness 2015, realizada pela consultoria Grant Thornton, 57% das empresas não têm mulheres em posições de importância.
Mas isso não acontece na Cemara, empresa de loteamento do interior de São Paulo, onde 60% dos cargos operacionais e gerenciais são ocupados por profissionais do sexo feminino. Dos 16 cargos gerenciais, 9 são ocupados por mulheres.
Giuliane Strapasson, gerente de marketing da Cemara, comentou como a empresa chegou a esse quadro majoritariamente feminino. “A presença feminina na empresa foi um acontecimento orgânico. Buscamos perfis mais criativos do que operacionais e a mulher muitas vezes consegue ser mais criativa e resolver muitas coisas ao mesmo tempo”, explica Giuliane.
Ela conta ainda que a Cemara busca os profissionais que mais se enquadram na vaga, independente do sexo, e aconteceu que muitas vezes encontraram nas mulheres o que estavam procurando.
Mães e profissionais
Uma das maiores dificuldades das mulheres é conciliar a maternidade com a vida profissional. Depois de ter o primeiro filho, muitas sentem que é impossível manter os dois papéis. Mas será que precisa ser assim?
Giuliana conta, por experiência própria, como a preocupação da Cemara em dar suporte as funcionárias a ajudou nesse sentido: “quando eu tive meu primeiro filho ele ficava no berçário e eu podia sair para amamentar porque a empresa entendia que eu conseguia apresentar resultados e dar conta do meu filho.”
Ela conta que quando engravidou as pessoas perguntavam se ela voltaria a trabalhar, e entende que para a maioria das mulheres essa é uma decisão muito difícil, “eu acho que a gente consegue se encaixar em vários papéis e dar conta”, finaliza com uma colocação lúcida e que é sabida por todas as mulheres e por algumas empresas conscientes como a Cemara.
Fonte: A Dona do Negócio