Quando duas pessoas resolvem se casar, precisam aprender a lidar com os hábitos, manias e rituais individuais. Mas existe um fator que muitas vezes causa a discórdia entre os casais: dinheiro.

O que é melhor, juntar as rendas e considerar o dinheiro todo dos dois? Como ficam as excentricidades de cada um? Quem gasta mais? E quem ganha mais? Como equalizar as finanças de maneira justa?

Para orientar os pombinhos de forma a não deixar com que o dinheiro seja um problema na relação, o consultor financeiro Conrado Navarro do Dinheirama dá algumas dicas:

1. O casal deve ter objetivos comuns

Quando duas pessoas decidem unir-se e constituir família, o mínimo que se espera desse relacionamento é que eles tenham uma, pelo menos uma, meta conjunta. As pessoas se casam e criam seus lares porque assim desejam, e não porque é o que a sociedade espera que eles façam.

Relacionamentos deveriam ser uniões com objetivos comuns, ainda que cada um tenha e mantenha sua individualidade (falaremos disso adiante). Esqueça o romantismo ou a religião, não estou falando de unir-se com propósitos maiores, muitas vezes abstratos e pouco palpáveis.

Objetivos comuns são aquelas metas tão sonhadas antes do casamento, mas depois deixadas de lado e engolidas pela rotina. Casa própria, abertura do negócio próprio, uma viagem internacional e por ai vai. Coisas mais mundanas, simples, mas essenciais para criar na relação responsabilidade e compromisso.

Atitude desejada: em vez de discutir a situação das finanças da casa, na próxima vez proponha uma avaliação das prioridades e criem uma lista com cinco objetivos comuns.

2. As tarefas devem ser compartilhadas

Em muitas famílias o papel de organizar as contas e lidar com as responsabilidades financeiras era de apenas um dos cônjuges. Apesar de não achar isso um problema, prefiro que as tarefas sejam compartilhadas, ao menos quando lidar com as finanças traz angústia e ansiedade.

Defendo que o envolvimento é essencial porque ele é capaz de humanizar a relação. Explico: participar, arcar com responsabilidades que vão além da rotina e dar satisfação no sentido de construir um resultado melhor são atividades que nos tornam mais comuns, humildes, o que é fundamental para compreender que riqueza e prosperidade financeira.

Lidar melhor com o dinheiro em casa não se trata de ganhar muito mais ou de ser alguém extraordinário – pelo contrário, são os hábitos simples (e saudáveis) que criam o ambiente perfeito para uma vida mais feliz.

Atitude desejada: criem um orçamento doméstico ligado ao lar e definam responsabilidades relacionadas a ele e aos objetivos comuns definidos no item anterior.

3. Deve haver respeito e valorização individual (hobbies e “manias”)

Até agora as sugestões foram no sentido de incentivar o casal a tratar o dinheiro com mais naturalidade, ainda que com seriedade e foco em priorizá-lo. Tudo para que as finanças sejam vistas com a importância que merecem, mas trabalhadas com respeito e muito diálogo.

A individualidade é tão importante quanto a decisão de levar o relacionamento aos próximos estágios (casamento, filhos etc.). É preciso respeitar os gostos individuais e tudo aquilo que está ligado ao jeito de ser de cada um dos cônjuges. Cresci ouvindo uma frase muito interessante em casa: “Uma relação a dois só existe quando ela é feita por duas pessoas inteiras”.

Cada um tem suas “manias”, seus hobbies e interesses próprios. Tudo isso precisa ser respeitado e tem que ganhar espaço na agenda familiar. Respeitar os objetivos comuns traçados e ter a humildade para reconhecer e admirar as características individuais do outro parecem ser atitudes coerentes com o propósito de construir uma família, você não concorda?

Atitude desejada: fale menos sobre o que fazer e apenas observe e incentive o outro a praticar suas atividades. Admire mais e cobre menos.

O consultor ressalta, ainda, que é importante que não se pense em termos de ‘certo’ e ‘errado’. “Em problemas de natureza humana, não dá para apontar a “melhor alternativa”, senão experimentar e agir de forma sincera e honesta com seus valores e princípios”, conclui.

Fonte: Consumidor Moderno