Prestigiados pelo governo, os remédios à base de plantas estão em alta. Entenda quando eles valem a pena.

Cada vez mais prestigiadas pelo governo, as plantas já têm aval para tratar dor nas costas, gastrite e até colesterol alto. Não se trata de apoio ao qualquer chazinho, mas a medicamentos (cápsulas, extratos, pomadas…) feitos com vegetais. Os fitoterápicos do Sistema Único de Saúde (SUS) assim como todo aquele se preze possuem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa.
É sempre bom lembrar que, em medicina, cada caso é um caso. Por que, por exemplo, um clínico receitaria o extrato de alcachofra para baixar o colesterol em vez dos medicamentos de praxe, as estatinas, amplamente pesquisadas? ?Depende do estágio do problema e do conhecimento do médico sobre remédios à base de plantas?, pondera Miguel do Nascimento Júnior, diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde. ?De um modo geral, os fitoterápicos são utilizados em quadros mais leves ou quando não há resposta à opção sintética?, ele completa.
O caminho para os fitoterápicos entrarem de vez nas receitas deve passar por treinamento dos médicos, pesquisa e rigor nos quesitos eficácia, segurança e padronização. Da lista dos que já foram adotados pelo SUS, selecionamos os mais recorrentes entre a população para saber quando eles seriam vantajosos.
ESPINHEIRA-SANTA
Típica da Mata Atlântica, ela ostenta o status de planta antigastrite e se apresenta na forma de cápsula ou soluções a serem misturadas em água. Estudos mostram que os extratos da folha contêm flavonoides e taninos, que atuam na cicatrização do estômago. Graças a esses componentes, o fitoterápico ajuda a tratar inflamações nesse órgão e até mesmo úlceras. Como as gastrites costumam ser crônicas, a espinheira-santa seria coadjuvante ou alternativa às drogas sintéticas no controle de casos leves ou moderados.
Esse arbusto tem longo currículo na medicina popular, como antídoto contra perrengues nas vias aéreas. Suas propriedades broncodilatadoras e expectorantes lhe renderam a inclusão no rol do SUS. Hoje, seu xarope entra como um bom coadjuvante no tratameto de bronquites e infecções respiratórias.
Essa flor comestível, muito apreciada na culinária, fornece ingredientes para um fitoterápico destinado a silenciar desconfortos após a refeição e auxiliar a reduzir os níveis de colesterol. Estamos falando aqui de cápsulas do extrato da planta, que devem ser receitadas por um médico. Elas não substituiriam de vez as estatinas, drogas contra o colesterol, mas representam uma opção a pacientes com níveis não muito elevados. Esse fito seria uma alternativa especialmente nos casos em que as estatinas provocam muitos efeitos colaterais, como dores musculares.

Suas cápsulas buscam aliviar sintomas do climatério, período em que vai cessando a produção dos hormônios femininos. A isoflavona é eficaz para mulheres que apresentam sintomas leves ou moderados, como ondas de calor, dificuldades para dormir, mudanças de humor e diminuição da libido. A reposição hormonal convencional, com drogas sintéticas, não pode ser trocada pelo fármaco à base da soja. A isoflavona é mais adequada para os casos em que há contraindicação à terapia tradicional.

A Mentha piperita aparece na lista do SUS por tratar distúrbios gastrointestinais, como quadros iniciais da síndrome do cólon irritável. Suas cápsulas ainda ajudam a brecar gases e enjoos. Como existem muitas variedades de hortelã, suas indicações também variam bastante. Essa é uma das características que dificultam a criação de um remédio padronizado. Assim, ainda não se recomenda o vegetal para fazer frente a problemas intestinais mais intensos.
