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Com quase quatro décadas de trajetória, a Cisne Negro Cia. de Dança apresenta, neste fim de semana, em Rio Preto, o resultado de seu mergulho histórico e estético nas tradições folclóricas do Brasil. O teatro do Sesi recebe o espetáculo “Calunga”, composto de duas coreografias dirigidas por Rui Moreira e Tíndaro Silvano. Elas mesclam signos das várias etnias que influenciaram na formação da identidade cultural do povo brasileiro.

 
Fundadora e diretora artística da Cisne Negro, Hulda Bittencourt destaca a diversidade como a essência do trabalho artístico da companhia paulistana. E essa diversidade se estabelece nos mais diferentes sentidos, do repertório às parcerias constantes com diretores e coreógrafos do Brasil e do exterior. “É por meio da diversidade que fazemos de nossa dança um aprendizado para o público, que tem contato com riquezas da nossa e de outras culturas que, muitas vezes, lhe são desconhecidas.

A dança, assim como as outras manifestações artísticas, tem a função de educar culturalmente”, comenta ela, em entrevista ao Diário. A primeira coreografia do espetáculo, chamada “O Boi no Telhado”, resgata uma obra musical criada pelo francês Darius Milhaud na década de 1920. Em contato coma cultura do País, ele compôs uma canção com um turbilhão de ritmos que demonstram a natural musicalidade do brasileiro.

 
“É uma obra desconhecida da maioria das pessoas. No entanto, em contato com ela, podemos identificar o olhar de um estrangeiro sobre as manifestações culturais do nosso País. É aí que reside a sua magia”, reforça a diretora artística da Cisne Negro. A segunda coreografia, homônima ao espetáculo, tem como fonte de inspiração “Maracatu de Chico-Rei”, composição musical de Francisco Mignone, um dos grandes nomes da música erudita do Brasil.

No palco, os bailarinos da Cisne Negro evidenciam inúmeras tradições populares de diferentes regiões do Brasil.
Democratização da dança

 
A companhia Cisne Negro, que nasceu da união das alunas do então Estúdio de Ballet Cisne Negro e de atletas da faculdade de educação física da Universidade de São Paulo (USP), é uma digna representante da dança brasileira no mundo. O resultado desse encontro é um trabalho rico em espontaneidade, energia, qualidade técnica e maestria artística.

 
Durante sua trajetória, a companhia trabalhou com coreógrafos inovadores e jovens, como Vasco Wellencamp (Portugal), Victor Navarro (Espanha) e Patrick Delcroix (França). “Já levamos nossas montagens para cidades grandes e pequenas do Brasil, além de uma infinidade de países, de Cuba a Alemanha. Não somos uma companhia que discrimina um público em detrimento de outro. Pelo contrário, temos como foco a democratização da dança para todos”, diz Hulda.

 
Serviço

 
Espetáculo de dança “Calunga” . Hoje e amanhã, às 20 horas, e domingo, às 19 horas, no teatro do Sesi Rio Preto. Entrada gratuita. Informações: (17) 3224-2499.

 

Fonte: Diario Web 

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