Por Renato Trentini – Equipe BBel

Já foi o tempo que as cortinas e persianas deixaram de lado o uso exclusivo como objeto funcional e passaram a assumir também o papel como parte da decoração dos ambientes. Essa mutabilidade rende para as cortinas e persianas o importante título de peça coringa, pois tornam-se responsáveis pela privacidade, controle de iluminação externa e também pelas transformações visuais dos cômodos. A designer de interiores e fotógrafa Priscila Iglesias explica que alguns truques, como a sobreposição de tecidos diferentes, podem transformar os cômodos. “Para uma sala de home theater, por exemplo, espera-se que ela seja bem vedada em relação a iluminação externa. Para isso deve-se usar tecidos mais encorpados, como o veludo. Quem não gosta do aspecto pesado desses tecidos, pode fazer uma sobreposição com uma outra cortina, mais delicada. Para esse artifício podemos contar com trilhos duplos e até mesmo triplos”, sugere a designer de interiores.

Miguel Salotti, gerente comercial da Luss Decor, aponta um crescimento nos investimentos de decoração que envolvem cortinas e persianas. “As pessoas tem dado mais valor para esse item de decoração, pois além de proteger, também embelezam. Dependendo da vontade do consumidor e do projeto feito pelo designer de interiores ou arquiteto, é possível usar cores, estampas e modelos diferenciados”, complementa Miguel.

Priscila aponta as persianas como outra solução interessante e funcional, pois bloqueiam os raios solares e também permitem a combinação com cortinas de tecido para dar o acabamento na decoração. “Com o recurso das cortinas e persianas é possível transformar os ambientes em lugares aconchegantes, sofisticados ou até mesmo clean, dependendo apenas do gosto do morador”, explica Priscila. A designer lembra que de coadjuvante as peças podem virar personagem principal da decoração, desde que se pense primeiro na sua função. Um exemplo citado por Priscila é do uso de uma cortina de veludo para separar o quarto do closet. “O morador tem a sensação de estar entrando em um camarim”, comenta a designer.

Luciano Elias, coordenador de comunicação e marketing da Ton Sur Ton, aponta o uso de persianas com tecidos translúcidos como uma das tendências na decoração. “Combinando elegância e sofisticação com total controle de luminosidade, as cortinas e persianas são de fácil manutenção e proporcionam mais charme ao seu ambiente. Quando abertas, as lâminas permitem a visibilidade da paisagem externa, enquanto ao serem fechadas, garantem não só a privacidade, mas também proteção térmica, acústica e contra raios UV”, orienta Luciano.

Para o projeto acima a arquiteta Sabrine Santos usou as cortinas Stripes, que são compostas por duas telas manipuladas entre si, permitindo uma regulagem individual da luminosidade. As faixas intervaladas permitem que o usuário escolha diferentes níveis de proteção solar, privacidade e estética. Também estão disponíveis na versão vertical.

Ao trocar as cortinas e persianas ou redecorar o ambiente, é comum que algumas dúvidas apareçam, principalmente quanto ao material a ser utilizado ou até mesmo o comprimento ideal. Priscila lembra que ao se optar por cortinas, elas devem cobrir toda extensão da janela, além de ir do teto ao piso. Quem preferir usar persianas pode optar pelo modelo que cubra apenas a altura da janela ou até mesmo o modelo que vai do teto até o chão, mas é preciso lembrar que quanto maior for a persiana, mais pesado será para movimentar suas lâminas. “Por esse motivo é interessante pensar em mecanismos motorizados”, recomenda Priscila. Outra sugestão dada pela designer é usar a cortina em toda extensão da janela, pois isso tende a ampliar a percepção do ambiente. “Além de ficar mais chique, usar a cortina em toda extensão da parede passa uma sensação de ambiente ampliado”, sugere Priscila. Miguel Salotti lembra que para quem tem grandes vãos para cobrir, uma boa sugestão pode ser os modelos de cortinas em painel.

Ambientes integrados devem manter o padrão de tecido e cor, mesmo quando um desses ambientes é a sala de home theater, que exige vedação de iluminação externa. Nesse caso, vale a dica de sobrepor um tecido mais fino sobre o outro mais grosso. Para os demais ambientes, Miguel afirma que podem ser usados outros tipos de materiais, desde que combinem com o restante da decoração, enquanto Priscila recomenda usar pelo menos o mesmo tecido. “Um dos motivos de usar o mesmo material é manter o conceito do projeto, mas é preciso ficar atento também para não transformar a decoração em um carnaval”, adverte a designer. Miguel comenta que o brasileiro começou a ser mais ousado e a investir mais na escolha desse tipo de produto. Outro uso interessante para cortinas e persianas é para dividir ambientes sem necessariamente usar paredes, como no projeto acima. Essa é uma proposta diferente para quem quer dividir ambientes integrados, principalmente para quem trabalha em casa.

O projeto acima usou a cortina Sensation Dolce White, da Luss, como divisor de ambientes. As cortinas Sensation são formadas por finas lâminas horizontais de tecido, suspensas entre duas telas translúcidas. A inclinação das lâminas proporciona a entrada da luz de acordo com a quantidade desejada pelo cliente. É a união da funcionalidade da persiana com o charme e requinte da cortina de tecido.

Priscila Iglesias acrescenta que não há regra quanto a escolha das cortinas e persianas, pois isso varia conforme vontades e necessidades do morador . Segundo a designer, lugares que necessitam de mais privacidade ou onde quer que se evite claridade excessiva, como nos quartos, deve-se dar preferência para os tecidos mais grossos, o que inclui também os tecidos com a opção de blackout. O restante do imóvel pode ser decorado com tecidos mais finos, sobrepondo-se aos mais grossos para manter o padrão da decoração.

O projeto acima utilizou as cortinas da linha Cellulaire, da Luss. Essa linha é composta por “células” de tecido simples ou duplas, que propiciam conforto térmico, acústico e privacidade ao ambiente. No caso acima, a cortina foi aplicada a uma parede, formando uma tela de projeção em um living room. O blackout da cortina permite projeção nítida e funciona bem como peças de decoração e ferramentas de projeção audiovisual.

O investimento em cortinas e persianas não é algo muito barato para a decoração, porém, existem algumas opções de tecidos que não pesam tanto no bolso, como o voil, e atendem perfeitamente as necessidades do cliente. Por esse motivo, deve-se pensar bem sobre o papel desses objetos na decoração antes de comprar o material para não se arrepender depois. Um dos erros mais comuns, segundo Priscila Iglesias, é em relação ao comprimento das cortinas, que sempre devem cobrir toda a extensão do piso ao teto.

Outra falha apontada pela designer é em relação ao tipo de tecido comprado, principalmente quando um dos moradores possui alergias. “É importante que o decorador ou arquiteto conheça um pouco sobre a família para decidir qual é o melhor tecido que deve ser utilizado. Caso algum dos moradores tenha alergia, deve-se evitar cortinas volumosas e tecidos naturais”, lembra Patrícia.

Foi-se o tempo em que os pais usavam cortinas e persianas temáticas para decorar o quarto dos filhos. Como os ídolos infantis mudam constantemente, Priscila sugere optar por soluções mais fáceis e baratas de trocar, como tapetes, adesivos e papel de parede. “A intenção é se preocupar com a higiene e facilidade de manutenção desse material”, comenta a designer.

Fonte: Bbel

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