O vice-presidente da AELO e vice-presidente do Interior do Secovi-SP, Flavio Amary, que está em Cabo Verde, na África, para participar, amanhã, dia 12, de mais uma reunião da Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa (CIMLOP), participou da organização da palestra “O Mercado Imobiliário do Interior”, que focalizou no dia 2 de abril, no Secovi-SP, não só as várias regiões do Interior paulista como também a Baixada Santista e o Grande ABC. O evento foi coordenado pelo vice-presidente de Habitação Econômica do Secovi-SP, Flavio Prando, tornando-se uma oportunidade de networking para os participantes.

O presidente do Secovi-SP, Claudio Bernardes, abriu o encontro, falando sobre a força dessas regiões. Ele ressaltou que o Interior representa hoje 64% do PIB do Estado e 21% do PIB nacional. Esse crescimento em ritmo acelerado impulsiona, também, a demanda habitacional. “O número de arranjos familiares está crescendo em velocidade superior ao número de habitantes. Com isso, cresce também a demanda por imóveis”, explicou.

Com a expansão, Bernardes afirmou que surge o desafio de adaptar o crescimento das cidades às necessidades do mercado e a um modelo que proporcione qualidade de vida. “O interior tem espaços e potencial para crescimento, mas é importante que ele seja planejado”. Para isso, o presidente sugeriu a implantação de um planejamento megametropolitano, que contempla um quadrilátero que é formado por Campinas, Sorocaba, Santos e São José dos Campos.

Esse quadrilátero, de acordo com Bernardes, abriga 60 municípios interligados por relações econômicas e sociais. Todos eles estão a 100 km da Capital e atraem pessoas que buscam locais com boa infraestrutura e mais qualidade de vida.
Entre os motivos para se investir no interior, Bernardes destacou: grande potencial de crescimento do mercado imobiliário, migração de empresas da capital para o interior, grande quantidade de jovens entrando no mercado de trabalho e a redução da taxa de juros e aumento do prazo de financiamento, que propiciam a inclusão.

Para Flavio Amary, a qualidade de vida e a segurança também são fatores que têm contribuído para que cada vez mais pessoas migrem da Região Metropolitana de São Paulo para outros municípios paulistas. “Nos anos 80, um terço da população do Estado vivia na Capital. Hoje, esse número caiu para um quarto”, ressaltou.

Bauru

Segundo Riad Elia Said, diretor do Secovi-SP em Bauru, o aquecimento do mercado imobiliário de Bauru começou há três anos, acompanhando o crescimento da economia e a evolução do programa Minha Casa, Minha Vida, que tem muita força na região.

Ele esclareceu que o carro-chefe da economia local é o comércio, hoje em momento favorável com o aumento do potencial de consumo dos moradores locais, que colocou Bauru entre as 50 cidades brasileiras que mais consomem.

Conhecida como centro estudantil, segundo o diretor, a cidade tem crescido muito. “Alguns dos fatores que justificam o desenvolvimento são as melhorias de infraestrutura, abertura de novas avenidas e ampliação das existentes, aumento do perímetro urbano e grande número de loteamentos.”

No setor imobiliário, a principal característica na região é a alta quantidade de unidades de 2 dormitórios abrigadas em prédios sem elevador. Como a cidade tem uma grande quantidade de estudantes, vale destacar também os imóveis de 1 dormitório.

Campinas

O município de Campinas teve grande crescimento nos últimos 10 anos. Prova disso é o PIB, que subiu de R$14,9 bilhões para R$36,7 bilhões. “A crise dos últimos anos interrompeu um pouco esse processo, mas o potencial de crescimento se manteve”, afirmou Fuad Jorge Cury, diretor do Secovi-SP na região. Por esse motivo, ele afirma que as perspectivas para o mercado imobiliário para esse ano são positivas, já que a cidade está sem estoque de imóveis e a demanda é grande.

Campinas é a maior cidade do interior brasileiro e é o centro de uma região metropolitana composta por parques industriais, comerciais, tecnológicos e grandes universidades. A região conta, ainda, com uma malha rodoviária que permite o transporte de cargas entre a capital paulista, o Porto de Santos e o interior do Estado, além do aeroporto de Viracopos. Tudo isso transformou a região em um dos principais polos de desenvolvimento do País.

Para apresentar os números do setor imobiliário, esteve presente o conselheiro da regional, Rui Scaranari. Segundo ele, entre junho de 2009 e junho de 2012, foram lançados 11.450 apartamentos no município, dos quais 50% são do segmento econômico de 2 dormitórios.

Jundiaí

Carlos Eduardo Quadratti, vice-presidente da Proempi (Associação das Empresas e Profissionais do Setor Imobiliário de Jundiaí), que representa o Secovi-SP na região, apresentou diversos atrativos que, em sua opinião, tornam Jundiaí uma das melhores cidades brasileiras para se viver. “O município tem ótima localização, próximo à Capital, mas com IDH alto, qualidade de vida e a economia fortalecida”, destacou.

Segundo ele, a região de Jundiaí se tornou um aglomerado urbano em 2011, englobando sete municípios. A economia da região baseia-se, predominantemente, na produção agrícola, como polo de empresas logísticas e em um parque industrial com mais de 500 empresas, nas quais se destacam os setores de alimentos, autopeças e metalurgia.

Tudo isso contribuiu para o bom momento do mercado imobiliário, que contou com 14.763 unidades lançadas entre novembro de 2009 e novembro de 2012. Os principais segmentos são os de 2 e 3 dormitórios, que, juntos, representam mais de 90% da oferta.

Piracicaba

Em um momento de grande expansão, a cidade de Piracicaba destaca-se em diversos segmentos: é polo gastronômico, turístico, industrial, tecnológico e universitário. O município está entre as 15 cidades nas quais o consumo mais cresce e ocupa a 19ª posição no ranking dos municípios que mais exportam no País.

“Piracicaba vive um ótimo momento, com uma administração municipal empreendedora, que não poupa esforços para preparar a infraestrutura da cidade e dar suporte ao crescimento. Isso contribui para a diversificação da economia local e para a mobilidade social”, afirmou o diretor do Secovi-SP no município, Angelo Frias Neto.

Entre 2011 e 2012, foram lançados, no município, sete empreendimentos de baixo padrão, 13 empreendimentos de médio padrão e quatro empreendimentos de alto padrão.

São José do Rio Preto

Com padrão urbanístico similar ao de cidade de grande porte, São José do Rio Preto representa o maior aglomerado urbano do noroeste paulista. O município é referência na saúde e baixo índice de criminalidade, o que torna a cidade atrativa e com qualidade de vida.

Segundo Thiago Ribeiro, diretor de Loteamentos do Secovi-SP em São José do Rio Preto, para adequar a cidade ao crescimento do mercado imobiliário e à migração de pessoas, está sendo implantado esse ano um plano de mobilidade urbana.

O último estudo do mercado imobiliário mostra, entre maio de 2009 e maio de 2012, foram lançados 3.730 imóveis em São José do Rio Preto. O segmento de loteamentos também está em destaque no município, com 28 mil lotes aprovados nos últimos 12 anos, correspondendo à segunda melhor performance do Estado.

Sorocaba

Quarta cidade mais populosa do interior, Sorocaba está na lista dos 30 municípios que mais geram empregos no Brasil. Com grande diversidade econômica, conta com cerca de 1.700 indústrias instaladas, 15.300 pontos de comércio, 9.900 prestadores de serviço e 25.000 trabalhadores autônomos.

“Sorocaba tem apresentado grande crescimento, especialmente na região norte do município”, afirmou Flavio Amary, vice-presidente do Secovi-SP, diretor regional em Sorocaba e vice-presidente da AELO. Segundo ele, a chegada da Toyota e do Parque Tecnológico impulsionaram esse crescimento.

Para o setor imobiliário, o ano de 2012 foi de grande crescimento no município. Entre outubro de 2011 e setembro de 2012, foram lançadas 4.732 unidades, enquanto nos 12 meses anteriores, foram ofertados 2.787 imóveis. O crescimento foi de, aproximadamente, 70%. Além disso, Sorocaba foi a cidade paulista que mais recebeu loteamentos nos últimos 12 anos, com quase 43 mil terrenos aprovados pelo Graprohab.

Vale do Paraíba

Devido à importância da região, o Vale do Paraíba se tornou a mais nova Região Metropolitana do Estado, formada pela união de 39 municípios agrupados em cinco sub-regiões, sendo 23 turísticos.

De acordo com Frederico Marcondes Cesar, diretor regional do Secovi-SP, mais de 50% da atividade econômica da região é industrial, o que é estimulado pelo Parque Tecnológico e pela presença de mão de obra jovem e qualificada.

Segundo ele, São José dos Campos, maior município da região, teve um crescimento no PIB de 13,6 bilhões para 24,1 bilhões entre 2000 e 2010. A cidade é a 7ª mais populosa do Estado e 98% da população vive em área urbana, que representa somente 32% da área.
“Esta diferença tende a levar a um crescimento vertical, senão as novas famílias serão obrigadas a morarem cada vez mais longe”, alertou.

Com relação ao setor imobiliário, o município tem hoje 12.227 imóveis em fase de lançamento ou em construção, com destaque para as unidades de 2 e 3 dormitórios, com 5.653 e 3.717 unidades, respectivamente.

Baixada Santista

A região da Baixada Santista, que reúne nove municípios do Litoral, tem uma economia muito dinâmica, baseada em turismo e lazer, indústria petrolífera, empresas siderúrgicas, comércio varejista e no Porto, de acordo Carlos Meschini, diretor executivo do Secovi-SP na Baixada Santista.

“Além disso, as expectativas são muito boas para os próximos anos, por conta do pré-Sal. O número de habitantes na região deve dobrar nos próximos 10 anos”, afirmou Meschini. Segundo ele, o mercado imobiliário também viveu um bom momento nos últimos anos por conta da demanda reprimida e pela ampliação do porto.

Entre março de 2009 e março de 2012, foram lançados 14.270 imóveis na região, com destaque para as unidades de 2 dormitórios, que representaram 44% desse total. O município com o maior número de unidades ofertadas foi Santos, com 7.707 unidades, seguido pela Praia Grande, com 5.360.

Grande ABC

A região do Grande ABC, com quase 2,6 milhões de habitantes nos sete municípios que a compõem, faz parte da região metropolitana de São Paulo. O Grande ABC apresentou grande desenvolvimento nos últimos anos, em especial pela proximidade com a capital e facilidades de acesso, por conta das rodovias Anchieta e Imigrantes, e, mais recentemente, do Rodoanel.

Para Milton Casari, vice-presidente da ACIGABC (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC), que representa o Secovi-SP na região, as perspectivas são boas com a chegada do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), que já está impactando no setor imobiliário.

Com relação ao setor imobiliário, a região teve 9.012 imóveis lançados em 2012, com destaque para o último trimestre, que concentrou mais de 50% dos lançamentos. O município com o maior número de apartamentos lançados foi Santo André, com 2.851 unidades. Na sequência, estão São Bernardo do Campo, com 2.529 unidades, e Diadema, com 2.314 unidades.

O número de unidades comercializadas em 2012 foi 9.407, superando o número de lançamentos e reduzindo o estoque nessas cidades.
Com relação a 2011, houve um crescimento de 22% nas vendas.

Fonte: AELO: (11) 3289-1788 www.aelo.com.br