Piracicaba é uma cidade reconhecida a partir de várias referências, como o rio, a cultura caipira, a pamonha. Mas a cidade tem outros tesouros que pertencem a todos dos cidadãos. Eles estão nos acervos públicos da cidade em museus e casas de cultura.
Na série Tesouros de Piracicaba, o Jornal de Piracicaba apresenta o que há de mais interessante e precioso pelo viés artístico e histórico no município.
O primeiro local visitado pelo JP foi a Pinacoteca Municipal Miguel Dutra, que reúne um acervo com 700 obras.
A Pinacoteca foi criada há 47 anos com a proposta de ser uma espaço cultural, mas também ser a casa das artes piracicabanas, abrigando o acervo do município conquistado por meio de doações e do SBA (Salão de Belas Artes).
Posteriormente, começou a receber também trabalho adquiridos pelo SAC (Salão de Arte Contemporânea) e a partir de 2015 deverá receber obras do SAP (Salão de Aquarelas de Piracicaba).
Algumas obras que estão no local são centenárias, como uma pequena aquarela feita por Benedito Calixto de Jesus (1853 — 1927), em 1905.
Intitulada Marinha (reprodução), chama atenção pela data que foi feita e pela destreza da pintura do artista de Itanhaém. A obra foi um presente a uma mulher chamada Paulina.
“A seleção das preciosidades da Pinacoteca é muito difícil, mas acredito que podemos destacar trabalhos de artistas mais antigos. Primeiro porque já morreram e dificilmente veremos mais de suas obras, segundo pela questão iconográfica e histórica”, afirmou o diretor do espaço Eduardo Borges de Araújo.
Outro item que se destaca é a paleta de tintas da artista paulistana Colette Pujol (1913 — 1999). Já entre as pinturas que Araújo citou e mostrou ao JP estão nomes de artistas que foram importantes para a cidade, como Pacheco Ferraz, Joca Adamoli e Ermelindo Nardim.
“Não temos obras de artistas que são famosos e reconhecidos nacionalmente, como o Almeida Júnior, mas temos obras de grande valor artístico, que representam os estilos de uma época.”
Entre elas está o retrato Zão, de Alípio Dutra; Pescaria em Piracicaba e Verde, de Antônio Pacheco Ferraz; Estudo de Nu, de Eugênio Lotour; Rua do Porto, de Joca Adamoli; Retrato, de Presciliano Isidoro Silva; Natureza Morta, de Antônio de Pádua Dutra; Interior, de Arcangelo Ianelli; Guerreiro Romano, de Osvaldo Teixeira; Rio Piracicaba, de Joaquim Miguel Dutra; e três Paisagens de Ermelindo Nardim.
“São obras antigas e por conta disso muitas delas são da linha acadêmica. Temos uma concepção interessante de natureza morta, feita por Dutra e que hoje não se faz mais. Há ainda retratos muito bem feitos, especialmente nas suas escolhas de cores. Um retrato do rio Piracicaba que foi feito há 45 anos, mas foi baseado em uma foto de 1845, feito por Miguel Dutra. Além de uma obra do Teixeira, que foi presidente da Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro”, disse o diretor.
De tempos em tempos a casa expõe estes trabalhos, como atualmente na exposição Contemporânea.
Segundo Araújo, a próxima exposição apresentará trabalhos guardados em homenagem ao Dia Internacional da Mulher.
Serão selecionados trabalhos que contemplem a temática feminina ou criado por artistas mulheres.
Fonte: Jornal de Piracicaba